Criciúma tem 137 anos, mais de 209 mil habitantes e aproximadamente 135 bairros. Com uma população em crescimento, espaços destinados ao lazer são indispensáveis aos moradores da cidade.
As praças são definidas como lugares públicos urbanos que não possuem edificações e que tem por objetivo proporcionar a convivência e a recreação para os usuários.
Além do lazer, as praças têm ainda valor cultural, seja pelo nome de um morador ilustre, de um ex-prefeito que marcou época ou ainda pela importância histórica, cada praça conta um pouquinho de Criciúma.
Conheça a seguir 12 destas praças e dois parques criciumenses. Boa leitura!
Maria nasceu em Jaguaruna. Era casada com Ernesto Bianchini Góes com quem teve os filhos Tito Lívio, Luiz Carlos, Carlos Alberto e Paulo Henrique. Ela foi uma das primeiras moradoras do bairro Pio Corrêa, onde era muito envolvida nas questões sociais. Após sua morte, foi homenageada tendo seu nome na praça do bairro Pio Corrêa, próximo ao Sesc.
Segundo o filho de Maria de Assis Góes, Tito Lívio, que mora próximo à praça há 50 anos, o local é bem roçado, iluminado e arborizado. Nos finais de semana famílias se reúnem para diversão. O espaço tem uma academia e um parque para as crianças. Antes de virar uma praça, o local era um depósito de rejeitos de extração mineral como a pirita, já que ficava próxima uma mina de carvão.
Dedicada às atividades dentro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, Maria da Silva Rodrigus foi uma das primeiras evangélicas em Criciúma. A praça em sua homenagem é localizada próxima à Assembleia de Deus, no Centro de Criciúma.
Antes da implantação da praça, o local abrigava a Estação Ferroviária Tereza Cristina. A Igreja Assembleia de Deus é responsável pelo cuidado e manutenção do local. O monumento à Bíblia está quebrado desde 2016 por causa de dois acidentes. O lugar também é conhecido como “praça do relógio” por ser em frente à igreja que tem um relógio no seu topo.
Engenheiro que exerceu a profissão na Companhia Siderúrgica Nacional como minerador na região carbonífera. Sebastião Toledo dos Santos foi defensor do carvão, um dos responsáveis na criação da Sociedade de Assistência aos Trabalhadores do Carvão, a Satc. Natural de Paraisópolis, em Minas Gerais, foi casado com a lagunense Nelita Lopes dos Santos, pai de sete filhos: Marcos Toledo dos Santos, Maria da Graça Lopes dos Santos, Regina Maria Lopes dos Santos, Maria da Glória Lopes dos Santos, Francisco Toledo dos Santos, Cláudio Toledo dos Santos e Maria Estela Lopes dos Santos. Morreu com apenas 49 anos vítima de um fulminante ataque cardíaco, no aeroporto de Congonhas em São Paulo. A praça que recebe seu nome é localizada em frente ao supermercado Althoff, no bairro Pinheirinho.
A praça foi criada em 1972 no mandato do prefeito Nelson Alexandrino e foi restaurada em 2011. Segundo a moradora do bairro Pinheirinho Noeli Casagrande, as calçadas foram alargadas e adaptadas.
Esperandino, mais conhecido como “Ouro”, nasceu em Rancho dos Bugres, em Urussanga. Casado com Aurora Bortoluzzi, com quem teve os filhos Vilson Jacinto, Vera Inês, Venício, Tânia Maria, Valfredo, Regina Irene, Jorge Paulo, Rogério, Rita de Cássia e Nazaré. Comerciante fundou a “Casa Ouro” (1937), foi fundador e presidente do Lions Club e tesoureiro permanente da Sociedade Recreativa Mampituba.
A praça está situada na bifurcação das ruas Ézio Lima e Antônio de Lucca, ao lado do Colégio Marista. Inicialmente seu nome era Olavo Bilac, mas no mandato do prefeito Algemiro Manique Barreto, em 1976, foi alterada em homenagem ao comerciante Esperadino Damiani. Segundo o professor Gervásio Oecksler, professores usavam muito a praça para dar aulas e algumas das figueiras foram plantadas por alunos do antigo Colégio Criciúma. O diferencial da praça Esperandino Damiani é sua estrutura semelhante a de um teatro e hoje é apadrinhada pelo Colégio Marista.
O Parque das Nações Cincinato Naspolini, localizado no bairro Próspera, foi inaugurado em outubro de 2011 e se tornou o maior ambiente de lazer e esportes da região. Fica aberto das 6h às 23h. A criação do parque objetiva incentivar a prática de esportes. A Prefeitura é responsável pela manutenção do espaço, com aproximadamente 20 funcionários. Ali foram replantadas espécies de plantas num total de mais de três mil mudas.
Segundo o diretor do parque localizado na Grande Próspera, Valdecir Soares, existem dois projetos que serão implantados futuramente. O primeiro de uma nova escolinha de bicicleta gratuita e o segundo de um museu contando a história da cidade e também da ferrovia Tereza Cristina.
Localizada no bairro Santa Luzia, há 60 anos o espaço era um barranco com mais de 10 metros de altura. Antes da construção dos terminais do sistema integrado de transportes, a praça servia como ponto de parada dos ônibus. Em 22 de setembro de 1995 foi inaugurado um monumento em homenagem aos desaparecidos políticos da região, com o nome das pessoas mortas durante o Regime Militar entre 1964 e 1985. O bairro foi um dos mais engajados na luta contra a ditadura e muitas ruas têm o nome das vítimas que estão no monumento.
Localizada em frente ao Colégio São Bento, no Centro, a praça é usada para caminhadas, acampamentos e brincadeiras com os filhos. Inaugurado em 1946, o espaço foi criado para receber o Congresso Eucarístico, realizado em Criciúma. O evento reuniu 45 mil fiéis e por isso a praça levou o seu nome. Segundo a moradora Meri Tasso, que reside nas proximidades, há 60 anos, antes do Congresso Eucarístico, o terreno era baldio, havia um esgoto a céu aberto e a estrada era de areião. Meri conta que antes de a praça ser feita, aquele local era destinado para os circos e parques que vinham para a região.
A praça foi inaugurada em 1984 e recebeu o nome em homenagem à chaminé da Usina Termelétrica da Carbonífera Próspera, que distribuía energia para a cidade. A usina foi inaugurada no dia 1º de maio de 1943. De acordo com o Arquivo Histórico de Criciúma, utilizava-se água de um açude local.
José Nunes Teixeira mora em frente à praça há 50 anos. “Era um açude grande, tinha aproximadamente uns 20 metros. As mulheres da época costumavam usar para lavar roupas. Também tinha os que pescavam no local”, conta. Em 2016, a Praça foi revitalizada, por meio do Projeto de Manutenção, Repaginação e Bom Uso dos Pontos Turísticos. O espaço recebeu poda de árvores, serviços de jardinagem, pinturas dos bancos e reforma nos parquinhos.
Localizada na rua Seis de Janeiro, bem na região Central de Criciúma, a Praça do Imigrante e Monumento a Pedra Mó é uma homenagem aos fundadores que ajudaram a colonizar e contribuíram com o progresso de Criciúma. O monumento faz alusão as atafonas (moinhos manuais), que eram utilizados pelos colonos para moer o milho e transformá-lo em farinha. Foi edificado em 1966.
De acordo com o autor Pedro Milanez, no livro Fundamentos Históricos de Criciúma, as primeiras mós para montar as atafonas foram encontradas no Rancho do Bugres, que era propriedade de Benjamim Bristot em Urussanga.
A Praça hoje é um ponto de táxi, não existem bancos para a população. De acordo com Nelson Wuida, taxista que trabalha no local há 18 anos, a praça não recebe a importância que merece.
A Praça do Trabalhador foi criada no início da década de 1980 durante o mandato do então prefeito Altair Guidi, onde antigamente ficava a caixa de embarque de carvão. Está localizada na rua Gen. Oswaldo Pinto da Veiga, no bairro Próspera, ao lado da Igreja Nossa Senhora da Salete.
O padre Manoel Odorico Francisco, o padre Maneca, morou 32 anos no local e garante que o espaço melhorou muito quando tornou-se uma praça. A inauguração foi na Festa do Sagrado Coração de Jesus.
A Praça Calixto Scotti, antigamente chamada de Praça 15 de Novembro, está localizada no Distrito de Rio Maina. É também conhecida como a Praça do Brotolândia, fazendo alusão ao Clube Recreativo que fica em frente. Atualmente, o espaço é administrado pela Intendência Distrital do Rio Maina.
Calixto Scotti nasceu em Criciúma em 1887, filho de Giuseppe Carlo Alberto Scotti um dos colonizadores de Criciúma. A família morava no bairro Santo Antônio. Calixto casou e foi morar em São Roque. Em 1936 ele e a família foram para o Rio Maina. O terreno onde atualmente fica a Praça pertenceu ao seu Calixto e depois a Lidero Scotti.
Foi inaugurado em 1980 no centenário da cidade de Criciúma. No parque também estão o Paço Municipal, o Memorial Dino Gorini, Centro Cultural Santos Guglielmi e o Centro de eventos Maximiliano Gaidzinski, composto pelo Centro Esportivo Olavo de Assis Sartori e o Pavilhão de Exposições José Ijair Conti, localizado no Bairro Santa Bárbara.
O Memorial Dino Gorini conta com painéis de artistas mas está sempre fechado por conta das inundações em dias de forte chuva na cidade. O parque é usado aos finais de semana por famílias e pessoas que gostam de práticas esportivas ao ar livre.
A Praça Nereu Ramos foi fundada em 15 de
dezembro de 1931, no mandato do então prefeito Cincinato Naspolini. É considerada hoje o coração da cidade de Criciúma. A Nereu hoje une também o espaço de outra Praça, a Etelvina da Luz, que foi incorporada em 1946.
O político e advogado Nereu Ramos de Oliveira nasceu em Lages, foi deputado estadual e militante político. Dentre outros cargos, assumiu a presidência da República em 11 de novembro 1955, com a deposição de Carlos Luz, pois como vice-presidente do Senado era o seguinte na linha sucessória.
A Praça Nereu Ramos já foi palco de lutas, brigas, boas risadas e muito romance. De acordo com Aguinaldo Augustinho, no livro Praça Nereu Ramos - O Coração de Criciúma, entre os anos 40 e 60, a missa era uma oportunidade para que os jovens pudessem se conhecer melhor. “Eu frequentei a Praça a minha vida inteira. No jardim pequeno acontecia o footing. Os moços ficavam sentados e as moças ficavam andando em volta”, conta o aposentado Abílio Paulo Filho.
A Praça Santos Salvador está localizada no bairro Quarta Linha, em frente à Paróquia Santo Antônio. Passou a ser chamada Santos Salvador em 1º de julho de 1981, no mandato de Altair Guidi.
Atualmente a praça é apadrinhada pela Paróquia, responsável pela manutenção e conservação. “É uma praça bem bonita e bem cuidada”, conta Iolete Sangaletti, que mora há 30 anos próximo ao local.
A Praça recebe este nome em homenagem a Santos Salvador que foi um líder da comunidade da Quarta Linha e agricultor.